quinta-feira, 28 de abril de 2011
Projeto reúne informações de africanos levados em navios negreiros
sexta-feira, 25 de março de 2011
Meninos Pintores de Angola fazem exposição em Viena
A história desses meninos nos encantou porque são uns as famílias dos outros, por serem órfãos, pela pobreza de suas famílias, por acusações de feitiçaria ou por tudo isso junto. É fascinante a maturidade com que eles veem a arte como um verdadeiro modo de ser felizes e uma oportunidade na vida.
Mais encantador ainda é ver esses jovens artistas surpresos com as próprias conquistas. Depois de fazerem exposição em Viena. Eles falam sobre o que seus quadros significam pra eles, sobre a viagem, nunca nem antes sonhada, para a Europa, e sobre o futuro. No Youtube, a experiência dos meninos na galeria está registrada e também tem um depoimento de Isaac João sobre um de seus quadros.
Foto: Christian, um jovem professor, que já morou no centro, e um dos meninos pintores. Crédito: Joana Neitsch
segunda-feira, 21 de março de 2011
Fixe Malaike - O cotidiano de brasileiros em Angola está online
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Parabéns, Sebá!
Hoje nosso anfitrião completa 32 anos de vida e obviamente não poderíamos deixar a data passar em branco. Ele nem nos conhecia, sabia que éramos apenas duas malucas (em suas próprias palavras) e, em um mês que ficamos em Luanda, foi nosso guia, ajudou com entrevistas e foi, claro, muito entrevistado. “Fiquem à vontade, se quiserem a biografia agora ou depois, vocês que sabem”, disse quando chegamos. Resolvemos subir para o quarto - recém pintado para nos receber - e descansar. Essa foi a segunda vez que recebeu estudantes brasileiras. Sara Manera, jornalista baiana, esteve lá em 2007 e foi quem nos colocou em contato com ele.
Com o passar dos dias fomos descobrindo sua biografia e sua maneira de ver o mundo realmente valem a pena ser contadas. Sebá morou na Rússia e na Argélia quando o pai, que trabalhava como motorista no governo angolano, se mudou a trabalho. Fala francês, russo e inglês fluentes, já trabalhou como segurança e outros bicos, hoje é designer. Começou em 1999, na Link, empresa do publicitário e fotógrafo brasileiro Sérgio Guerra, quando a única coisa que sabia fazer era desenhar. Há três anos montou seu Laboratório Multimídia, onde desenvolve projetos gráficos e em vídeo nos seus Macintosh.
A generosidade dele ficou evidente quando nos disse antes mesmo de chegarmos a Angola: "Não faço serviços de hotelaria, vocês são minhas convidadas". Mas essa generosidade era mais sutil, não menor, quando nos segurava pelo pulso para atravessar as ruas loucas de Luanda. Um irmão-pai que nos ligava para saber se estávamos bem e ficava preocupado se demorávamos. Sua generosidade ensinava em dobro, quando depois de virar a noite trabalhando em um projeto, ele sentava e nos falava histórias da sua vida e de Angola. Contou com detalhes envolventes como estava no meio da rua quando houve um conflito armado no centro de Luanda em 92; que ele foi uma criança se metia em brigas e tinha poucos amigos na escola da Rússia, difícil de imaginar isso num sorriso que transmite muita tranquilidade.
Sebá tem planos vir ao Brasil o quanto antes para fazer cursos na sua área – que não demore muito! – e também de mandar sua família para morar aqui ou na Namíbia, países que considera mais tranquilos. Ele quer vir, mas só de passagem. Sente saudades do seu país quando ainda está a caminho do aeroporto, mas também não quer perder a fase de novas oportunidades pela qual o país passa: “Alguém tem ficar aqui para ganhar dinheiro”.
Talvez sem querer, Sebá nos ensinou tanto de Angola ao nos deixar entrar um pouco na sua vida e nos permitir ver a dificuldade e a frieza com que é preciso lutar para viver lá. Mas também nos mostrou um orgulho de quem conhece sua força. Com serenidade, ele critica a realidade e certas tradições, mas nunca despreza seu país.
Vida longa, Sebá!
Jú e Jô
Foto: Primeiro brigadeiro que Sebá provou, com leite condensado (Moça, da Nestlé) comprado em Luanda.
Desenho: Jú aos 30 anos. Crédito: Sebalopdel